
IFCE promove evento gratuito sobre patentes
Estão abertas as inscrições para o workshop “Construção de Patentes Relevantes”. O evento é promovido pelo IFCE a seus públicos interno e externo.

Fundação ASTEF lança boletim “Caminhos de Oportunidade”, seleção mensal de editais abertos
Em tempos de dificuldades de financiamento, sobrecarga com o trabalho remoto e excesso de informação circulando, nada melhor que encontrar o que a gente busca de maneira simples, organizada e direta. Essa é a ideia do boletim “Caminhos de Oportunidade”, que a Fundação ASTEF lança a partir desta segunda (26/07) em parceria com a Fratres, Consultoria e Projetos.
Se você é pesquisador e está em busca de fontes de financiamento em ciência, tecnologia, desenvolvimento e inovação, o Caminhos de Oportunidade reúne essas informações em um só lugar.
ACESSE A EDIÇÃO DE SETEMBRO DO CAMINHOS DE OPORTUNIDADE AQUI
ACESSE A EDIÇÃO DE AGOSTO DO CAMINHOS DE OPORTUNIDADE AQUI
ACESSE A EDIÇÃO DE JULHO DO CAMINHOS DE OPORTUNIDADE AQUI
A cada mês, você receberá oportunidades de financiamento divididos por áreas do conhecimento: “Meio Ambiente”; “Tecnologias de Comunicação e Informação (TIC); “Saúde” e “Outros”. O boletim traz de modo resumido informações como prazos, público-alvo, proponentes, financiadores e objetivo de cada uma das oportunidades selecionadas. Os links para o site da proposta e dos editais ganham destaque no material, e ficam a um clique de distância.
Para receber as informações todos os meses, inscreva-se na nossa newsletter ou siga a Fundação ASTEF nas redes sociais: Instagram, Facebook e LinkedIn.
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Prof. Tomaz Nunes é empossado presidente da FASTEF em solenidade na sala do CONSUNI
Este texto foi originalmente publicado no site da Universidade Federal do Ceará (UFC)
O reitor da Universidade Federal do Ceará, Prof. Cândido Albuquerque, deu posse, na manhã desta quarta-feira (1º), ao novo diretor-presidente da Fundação de Apoio a Serviços Técnicos, Ensino e Fomento a Pesquisas (FASTEF), Prof. Tomaz Nunes Cavalcante Neto, e ao seu vice, Prof. Danielo Gonçalves Gomes. A solenidade foi realizada na sala do Conselho Universitário (CONSUNI), na Reitoria, na presença de membros da administração superior, acadêmica e de gestores do Centro de Tecnologia.

Docente do Departamento de Engenharia Elétrica da UFC e membro fundador da Associação Técnico-Científica Engenheiro Paulo de Frontin – ASTEF (associação que deu origem à fundação), Nunes sublinhou em sua fala ser servidor público e que o objetivo, à frente do órgão de apoio, continuará sendo servir à UFC. “Mesmo aposentado, sigo como professor voluntário. Sou um dos fundadores da ASTEF e estive em uma das coordenações quando ela foi convertida em fundação. Quando o Prof. Barros Neto, cuja conduta sempre admirei, me convidou, a primeira coisa que pensei foi que tem que haver continuidade. O meu plano de ação será dar prosseguimento à gestão que vinha fazendo um excelente trabalho”, afirmou o novo diretor-presidente.
Confira a entrevista completa com o Prof. Tomaz Nunes:
O Prof. José de Paula Barros Neto, que deixa a presidência da FASTEF após cinco anos e dois meses, agradeceu à administração superior – fazendo menção ao reitor e ao Prof. Almir Bittencourt (pró-reitor de Planejamento e Administração) – por sempre ter acolhido as demandas da fundação. “É um momento de despedida, mas com a sensação de dever cumprido. A colaboração uníssona entre administração e fundação facilita a gestão dos coordenadores. Precisamos continuar empenhados nisso, construindo uma relação de ‘ganha-ganha’ entre agências financiadoras, universidades e pesquisadores. Sigo à disposição do Prof. Tomaz e do Prof. Danielo”, disse o ex-presidente, que pretende agora se dedicar a projetos pessoais e acadêmicos, dentre os quais a escrita de um livro.
Assista à entrevista com o Prof. José de Paula Barros Neto:
Para o reitor, a importância de um momento como a solenidade em questão reside no fato de que a UFC, de maneira republicana, tem renovado a administração de suas unidades, “sem rupturas e de maneira cordata”. Ele delimitou ainda como prioridade minimizar a burocracia dentro da Universidade para ajudar no trabalho dos pesquisadores. “Felizmente, como expressou nosso amigo Tomaz, haverá um entendimento de não deixar baixar o padrão do que já vem sendo feito pela FASTEF. A atual gestão estabeleceu a pesquisa, a inovação e o empreendedorismo como nortes. No mundo inteiro isso é uma realidade. Quando você melhora a amplitude das pesquisas, melhora a excelência da Universidade como um todo”, ressaltou o Prof. Cândido Albuquerque, acrescentando não ser admissível que pesquisadores percam mais tempo que o necessário com questões de âmbito legal, “pois isso atrapalha a sua missão finalística que é desenvolver os projetos”.
Ainda segundo o reitor, o papel das fundações de suporte à Universidade é constituir um braço de apoio a seus pesquisadores. “Para que isso funcione bem, precisamos melhorar o fluxo, acabar com isso de grandes e inovadores projetos se perderem dentro da própria burocracia interna. Boa parte de nossas conquistas devemos às nossas fundações. Não há caminho para uma universidade se consolidar como polo de inovação que não passe por elas”, finalizou, fechando sua fala com a afirmação de que “a Universidade precisa abraçar sua vocação e ter asas para criar novos conhecimentos”.
Assista à entrevista com o reitor da UFC:
CONHEÇA OS NOVOS DIRETORES – Tomaz Nunes Cavalcante Neto é professor aposentado do Departamento de Engenharia Elétrica, no Centro de Tecnologia. Possui mestrado em Engenharia Elétrica pela Universidade de São Paulo (USP). Concentra suas pesquisas na área de Engenharia Elétrica, com ênfase em instalações elétricas e industriais, eficiência energética, distribuição de energia elétrica, análise de sistemas de potência, arquitetura bioclimática e desenvolvimento de projetos de energias renováveis.
Danielo Gonçalves Gomes é professor associado do Departamento de Engenharia de Teleinformática (DETI). É doutor em Redes e Telecomunicações pela Université d’Évry, na França. No campo da pesquisa, dedica-se à análise de dados sensoriados (IoT Analytics), com destaque para cenários rurais, urbanos e de biotecnologia.
PRESENÇAS – Além do reitor, dos empossados e do ex-presidente da FASTEF, compareceram à solenidade na sala do CONSUNI o vice-reitor da UFC, Prof. Glauco Lobo; o pró-reitor de Planejamento e Administração, Prof. Almir Bittencourt; o pró-reitor de Relações Internacionais e Desenvolvimento Institucional, Prof. Augusto Albuquerque; o pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, Prof. Rodrigo Porto; o pró-reitor-adjunto de Pesquisa e Pós-Graduação e diretor científico da FASTEF, Prof. Odair Pastor; o pró-reitor de Gestão de Pessoas, Prof. Marcus Vinícius Veras, e o membro do Conselho Curador da FASTEF, José Sampaio.
Fonte: Gabinete do Reitor – e-mail: greitor@ufc.br

De onde vem o ESG? (Environment, Social and Governance)
O mundo está em turbulência e vem passando por grandes transformações. Até o começo dos anos 1990, havia uma “guerra” entre os regimes capitalistas e socialistas, capitaneados por Estados Unidos e União Soviética. Com a queda desta, o capitalismo triunfou, aparentemente.
Neste mesmo período, houve um recrudescimento da política neoliberal capitalista, iniciada por Reagan e Thatcher, de valorização do mercado, sendo seguida por várias nações.
Ao mesmo tempo, iniciou-se um processo de aumento da desigualdade social na sociedade, principalmente nos países em desenvolvimento. Simultaneamente, aumentou o grau de escolaridade e de o nível de informação da população.
Com isso, aumentou a insatisfação da sociedade com o capitalismo, pois observava-se o aumento da riqueza de poucos em detrimento da baixa expectativa de crescimento dos demais, principalmente da juventude.
Com isso, nos anos 2010 houve várias manifestações em diferentes países (Estados Unidos – Tea Party; França – Coletes amarelos) e no Brasil (Black Bloc), tanto pelas questões políticas, que não estavam mais atendendo aos anseios da população, quanto pelas questões econômicas, que estavam levando a uma alta concentração de renda dos mais ricos.
Com isso, o capitalismo precisa se reinventar, mudando sua visão de um capitalismo de shareholders (foco no acionista) para um capitalismo de stakeholders (foco nos intervenientes), de forma a distribuir os resultados das empresas não apenas para os acionistas, mas para toda as partes interessadas.
Dentro deste caldeirão, surgiu o ESG (Environment, Social and Governance) para as empresas iniciarem este processo de mudança de rumo em que as questões ambientais (mudanças climáticas, poluição, desflorestamento), de responsabilidades sociais (condições de trabalho, racismo, relação com colaboradores) e de governança (combate à corrupção, valorização da diversidade) deverão ser implantadas para que sejam reconhecidas como empresas responsáveis perante à sociedade.
Contudo, este não é um processo simples porque parte da necessidade de uma mudança cultural dos dirigentes das empresas e do reconhecimento da constante continuidade deste processo. Porém, este é um caminho sem volta para a sobrevivência das empresas, num mundo cada vez interconectado, diverso e injusto.
José de Paula Barros Neto, professor titular da UFC
Este artigo foi publicado na versão impressa do jornal O Povo de 12 de agosto de 2021, página 19.

Informativo do CNPq sobre a indisponibilidade dos sistemas
O CNPq divulgou em seu canal oficial do YouTube informações atualizadas sobre a indisponibilidade dos sistemas do Conselho, incluindo a plataforma Lattes. Confira.

Conselho Curador aprova relatório anual de gestão
A Fundação ASTEF realizou na última terça (27/04), de modo virtual, a reunião anual entre Conselho Curador e equipe executiva para aprovação do Relatório Anual de Gestão 2020. Os conselheiros se reúnem para apreciação do relatório, em que consta o parecer do Conselho Fiscal e da auditoria externa.
Os conselheiros deliberaram pela aprovação do Relatório, destacando as informações claras e objetivas do documento. Em seguida, aprovaram as demonstrações contábeis, o relatório da auditoria e o parecer do Conselho Fiscal. Houve também discussão sobre o Estatuto Social da Fundação.
Para nós, da Fundação ASTEF, foi um momento de celebração pelas conquistas do ano encerrado, apesar do grave cenário da pandemia de Covid-19 e da escassez de financiamento para a pesquisa científica em todo o País. A aprovação do relatório representa o fechamento do ciclo do ano anterior e a esperança por dias melhores para todos que fazem ciência no Brasil, especialmente nas instituições de ensino superior no Ceará.
Conheça alguns dos impactos da Fundação ASTEF em números:
Saiba Mais
O Conselho de Curadores é o órgão máximo de deliberação e definidor das políticas de atuação da Fundação ASTEF. Esse Conselho é composto de representantes da Instituidora, da sociedade civil e ainda do seu diretor-presidente, que tem direito a voz, mas não tem direito a voto.

Nosso funcionamento durante a pandemia
[ FASTEF Informa] A Fundação ASTEF continua se somando ao esforço coletivo de conter a propagação do novo coronavírus. Apesar do mais recente decreto estadual de retomada de atividades econômicas no Estado, nossa equipe continua trabalhando de forma remota.
Nosso atendimento externo segue de forma remota, com reuniões virtuais via plataforma Google Meet.
Ficou com alguma dúvida? Não deixe de falar conosco pelos nossos canais on-line de comunicação.
protocolo@fastef.ufc.br
85 98957-8313
Os atendimentos presenciais só serão realizados em caso de extrema necessidade e por meio de agendamento.
Agradecemos a compreensão de todos. Acreditamos que o avanço massivo da vacinação vai permitir, em breve, a superação do delicado quadro de saúde pública que atravessamos.

Nota de Pesar pelo falecimento dos professores Erlon Lopes e João Vitor Moccellin
por Comunicação Fundação ASTEF, com informações da ADUFC Sindicato
A Fundação ASTEF recebeu com extremo pesar a notícia dos falecimentos, ocorridos na madrugada hoje (24/03), do Prof. João Vitor Moccellin, professor do Departamento de Engenharia de Produção, e do Prof. Erlon Lopes Pereira, professor do Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental, vítimas de COVID-19, ambos vinculados ao Centro de Tecnologia da UFC.
Aos 32 anos de idade, o Prof. Erlon Lopes coordenava o curso de graduação de Engenharia Ambiental – o qual estudava mudar para “Engenharia Sanitária e Ambiental”. Graduou-se em 2011 em Engenharia Agrícola pela Universidade Federal de Lavras. Mestre em Biotecnologia Industrial e doutor em Engenharia Agrícola, Erlon pesquisava na área de Saneamento Ambiental e trabalhava recentemente com linhas como as que envolvem tratamento de efluentes agroindustriais para despejo e reuso. Orgulhava-se de ter sido “o primeiro da família a concluir o ensino médio e, consequentemente, entrar numa universidade pública”, da qual era defensor e grato também por ter sido beneficiado por assistência social. O professor concluiu pós-doutorado na UFC, em 2018.
Como lembrou um professor mais próximo, Erlon era determinado, amigo, parceiro, caridoso, motivado em sua “ânsia de passar tudo o que sabia, de formar grandes engenheiros, mestres e doutores, em seu apego às aulas e detalhes nos conteúdos”. “Erlon foi um grande amigo, um exemplo de ser humano, professor, filho, irmão, orientador…, que nunca será esquecido por todos nós!”.
O Prof. João Vitor Moccellin também faleceu na madrugada de ontem para hoje, após passar 20 dias intubado. Apontado pelos colegas como uma das referências nacionais na área de “pesquisa operacional”, ele era editor associado da Revista Pesquisa Operacional e havia completado 71 anos em fevereiro último. Era docente desde 2011 na UFC, onde também chegou a coordenar o Mestrado em Logística e Pesquisa Operacional. Antes, foi docente da Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo (1994 a 2011), onde também se graduou em Engenharia Civil e concluiu mestrado e doutorado. Moccellin concluiu pós-doutorado no Operations Research Program da North Carolina State University, nos Estados Unidos.
A Fundação ASTEF se solidariza com familiares, docentes e estudantes que conviveram com os professores Erlon e João Vitor Moccellin pelas perdas prematuras. No momento de grave crise sanitária em que nos encontramos, resta-nos clamar para que a vacinação chegue o mais rápido possível a maior parte dos brasileiros, para que tenha fim a tragédia social e de saúde pública enfrentada pelo País, que hoje atingiu a macabra cifra de 300 mil vidas perdidas para a Covid-19.

Sem financiamento não há ciência
Artigo de José de Paula Barros Neto, professor titular da UFC e presidente da Fundação ASTEF, publicado no jornal O Povo de 5 de fevereiro de 2021.
A chegada de doses da vacina contra a Covid-19 nos fez lembrar que essa esperança não seria possível sem ciência, pesquisa e inovação. Os entraves ao acesso universal à vacina, como a dependência de insumos internacionais, mostram a relevância de termos centros nacionais para desenvolver essa tecnologia.
Entre as pautas que o Congresso vai enfrentar, no início do ano legislativo, uma não pode passar despercebida e está ligada ao projeto de país que queremos. Deputados e senadores precisam derrubar os vetos presidenciais ao Projeto de Lei Complementar 135.
A grande vitória da aprovação do projeto de lei é impedir o contingenciamento de recursos do FNDCT (Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), o principal fundo de fomento da ciência e inovação do País. O FNDCT está para a ciência como o Fundeb está para a educação. No entanto, grande parte dos recursos é contingenciada pela equipe econômica do governo. Contudo, há pelo menos duas questões que precisam da atenção dos congressistas.
O primeiro veto atinge a permissão de se repassar para o ano vindouro os recursos retidos no ano anterior. Já o segundo item retirado pelo presidente proíbe o contingenciamento de recursos futuros do FNDCT. Ora, sem este item na lei, o projeto perde sua essência, que é garantir recursos para a ciência brasileira, que atravessa uma grave crise de financiamento.
Caso o Fundo mantenha seu valor integral, pelo menos R$ 2 bilhões ao ano podem ser liberados para as universidades brasileiras, responsáveis por 95% da produção da ciência e tecnologia do País. O cálculo é do Conselho Nacional das Fundações de Apoio às Instituições de Ensino Superior e de Pesquisa Científica e Tecnológica (Confies).
A crise do vírus nos mostra que estamos atrasados em relação a outros países em termos de valorização da ciência, tecnologia e inovação. Deputados e senadores da bancada cearense precisam estar atentos à derrubada dos vetos, pois só há possibilidade de desenvolvimento, soberania e justiça social para o Brasil com uma ciência forte, valorizada e com garantia continuada de recursos.
José de Paula Barros Neto, professor titular da UFC e presidente da Fundação ASTEF

Pesquisa vai investigar situação de mulheres que tiveram filhos no período de distanciamento social em Fortaleza
A pandemia mudou a rotina de muita gente, o que teve impacto nos cuidados com a família, com a casa e com nossa saúde, especialmente a saúde mental. Pesquisa do departamento de Saúde Coletiva da UFC vai investigar os efeitos do distanciamento social sobre a saúde mental de mulheres que tiveram filhos recentemente, os cuidados com a criança recém-nascida, incluindo padrão de aleitamento materno e cuidados com filhos menores de 6 anos.
O estudo vai entrevistar 550 mães de Fortaleza que tiveram filhos entre julho e agosto de 2020. “Será uma oportunidade de investigar como está a mente dessa mulher. Na primeira fase, vamos sondar como foi a vida durante a pandemia, se ela continua trabalho, se teve apoio nos cuidados com os filhos, se teve acesso à rede de saúde e como ficou o cuidado com outras crianças”, detalha a professora Márcia Machado, uma das coordenadoras da pesquisa. As mães entrevistadas serão escolhidas por meio de sorteio nas seis regionais da Capital.
A pesquisa tem financiamento da Fundação Cecilia Souto Vidigal e do programa Cientista-Chefe, da Funcap, e conta com apoio administrativo-financeiro da Fundação ASTEF. Coordenam a pesquisa as professoras doutoras Márcia Maria Tavares Machado e Márcia Caldas de Castro.
A professora Márcia Machado explica que a proposta é realizar um estudo longitudinal, ou seja, avaliar as mães frequentemente durante vários anos a fim de verificar possíveis mudanças. Além de analisar fatores comportamentais como ansiedade, medo e resiliência diante da situação de pandemia, a pesquisa busca verificar o acesso das mães aos serviços de saúde. “É uma espécie de termômetro de como se comportam mulheres e crianças num período de pós-isolamento”, resume a professora Márcia Machado, do departamento de Saúde Coletiva da Faculdade de Medicina da UFC.
A pesquisadora aponta o ineditismo do estudo e a importância da realização de tais investigações em um país como o Brasil, de grandes desigualdades. Ainda segundo ela, é essencial entender como as políticas públicas podem se conformar para minimizar os efeitos da pandemia entre a população mais vulnerável.
Atualização em 16/09/21. Conheça alguns dos resultados da pesquisa nesse episódio do projeto Conversa com Ciência
Primeiros Resultados e Perspectivas
Nessa primeira fase da pesquisa, o objetivo é entrevistar mulheres ainda em 2020 e, novamente, daqui a um ano. Segundo Márcia Machado, porém, a ideia é expandir o estudo a fim de acompanhar 24 municípios cearenses, com famílias que recebem, além do Bolsa Família, o benefício estadual Cartão Mais Infância. “Isso vai sinalizar para o Estado onde continuar investindo, quais programas são prioritários, se vale a pena investir em agentes comunitários para atender essas famílias e sobre o uso de novas tecnologias como o WhatsApp para monitorar as condições de vida”, aponta a pesquisadora, que realizou pós-doutorado na Escola de Saúde Pública de Harvard.
Um primeiro diagnóstico já foi realizado com grávidas de Fortaleza e detectou mudanças comportamentais no período de isolamento. “Percebemos que mães que moram com o companheiro, por exemplo, tiveram menos transtornos emocionais, principalmente no que diz respeito ao nível de ansiedade”.
A professora ressalta a importância desse dado, tendo em vista os altos índices de “mães solo”, o que suscita debates sobre a necessidade de trazer os homens para mais perto dos cuidados com as crianças. Márcia faz a ressalva de que outros estudos apontaram aumento de violência contra crianças e adolescentes nesse período.
“A pandemia teve impacto nas relações parentais. Muitos pais tiveram de ficar em casa e isso, de alguma forma, teve um aspecto positivo, pois eles passaram a dividir as tarefas de casa. Se, por um lado, houve um impacto positivo da fixação do homem em casa, também é importante detectar se houve aumento de casos de violência intrafamiliar, violência contra crianças nesse período de pandemia e de distanciamento social”, detalha.