
Pesquisa vai investigar situação de mulheres que tiveram filhos no período de distanciamento social em Fortaleza
A pandemia mudou a rotina de muita gente, o que teve impacto nos cuidados com a família, com a casa e com nossa saúde, especialmente a saúde mental. Pesquisa do departamento de Saúde Coletiva da UFC vai investigar os efeitos do distanciamento social sobre a saúde mental de mulheres que tiveram filhos recentemente, os cuidados com a criança recém-nascida, incluindo padrão de aleitamento materno e cuidados com filhos menores de 6 anos.
O estudo vai entrevistar 550 mães de Fortaleza que tiveram filhos entre julho e agosto de 2020. “Será uma oportunidade de investigar como está a mente dessa mulher. Na primeira fase, vamos sondar como foi a vida durante a pandemia, se ela continua trabalho, se teve apoio nos cuidados com os filhos, se teve acesso à rede de saúde e como ficou o cuidado com outras crianças”, detalha a professora Márcia Machado, uma das coordenadoras da pesquisa. As mães entrevistadas serão escolhidas por meio de sorteio nas seis regionais da Capital.
A pesquisa tem financiamento da Fundação Cecilia Souto Vidigal e do programa Cientista-Chefe, da Funcap, e conta com apoio administrativo-financeiro da Fundação ASTEF. Coordenam a pesquisa as professoras doutoras Márcia Maria Tavares Machado e Márcia Caldas de Castro.
A professora Márcia Machado explica que a proposta é realizar um estudo longitudinal, ou seja, avaliar as mães frequentemente durante vários anos a fim de verificar possíveis mudanças. Além de analisar fatores comportamentais como ansiedade, medo e resiliência diante da situação de pandemia, a pesquisa busca verificar o acesso das mães aos serviços de saúde. “É uma espécie de termômetro de como se comportam mulheres e crianças num período de pós-isolamento”, resume a professora Márcia Machado, do departamento de Saúde Coletiva da Faculdade de Medicina da UFC.
A pesquisadora aponta o ineditismo do estudo e a importância da realização de tais investigações em um país como o Brasil, de grandes desigualdades. Ainda segundo ela, é essencial entender como as políticas públicas podem se conformar para minimizar os efeitos da pandemia entre a população mais vulnerável.
Atualização em 16/09/21. Conheça alguns dos resultados da pesquisa nesse episódio do projeto Conversa com Ciência
Primeiros Resultados e Perspectivas
Nessa primeira fase da pesquisa, o objetivo é entrevistar mulheres ainda em 2020 e, novamente, daqui a um ano. Segundo Márcia Machado, porém, a ideia é expandir o estudo a fim de acompanhar 24 municípios cearenses, com famílias que recebem, além do Bolsa Família, o benefício estadual Cartão Mais Infância. “Isso vai sinalizar para o Estado onde continuar investindo, quais programas são prioritários, se vale a pena investir em agentes comunitários para atender essas famílias e sobre o uso de novas tecnologias como o WhatsApp para monitorar as condições de vida”, aponta a pesquisadora, que realizou pós-doutorado na Escola de Saúde Pública de Harvard.
Um primeiro diagnóstico já foi realizado com grávidas de Fortaleza e detectou mudanças comportamentais no período de isolamento. “Percebemos que mães que moram com o companheiro, por exemplo, tiveram menos transtornos emocionais, principalmente no que diz respeito ao nível de ansiedade”.
A professora ressalta a importância desse dado, tendo em vista os altos índices de “mães solo”, o que suscita debates sobre a necessidade de trazer os homens para mais perto dos cuidados com as crianças. Márcia faz a ressalva de que outros estudos apontaram aumento de violência contra crianças e adolescentes nesse período.
“A pandemia teve impacto nas relações parentais. Muitos pais tiveram de ficar em casa e isso, de alguma forma, teve um aspecto positivo, pois eles passaram a dividir as tarefas de casa. Se, por um lado, houve um impacto positivo da fixação do homem em casa, também é importante detectar se houve aumento de casos de violência intrafamiliar, violência contra crianças nesse período de pandemia e de distanciamento social”, detalha.

Abertas inscrições para especialização em Gestão de Trânsito e Transportes Urbanos
A Universidade Federal do Ceará, em parceria com a Fundação FASTEF, lança as inscrições para seleção de candidatos ao Curso de Especialização em Gestão de Trânsito e Transportes Urbanos, na modalidade presencial. Durante o período de pandemia da Covid-19, as aulas terão formato híbrido, seguindo todo o protocolo de segurança necessário.
São oferecidas 44 vagas para profissionais com graduação em Ciências Contábeis, Direito, Administração, Psicologia, Engenharia, Economia, Atuária, Secretariado e outras áreas afins. Desse total, 10% são destinadas para os servidores técnico- administrativos ou docentes da UFC em forma de concessão de bolsa de estudos.
O curso tem duração de 24 meses, com 464 horas/aula, em regime de tempo parcial, funcionando às segundas e terças-feiras, das 18h às 22h. A previsão de início das aulas é 16/03/2021.
As inscrições estarão abertas de 14/12/2020 a 26/02/2021. Para se inscrever é preciso preencher a ficha de inscrição no seguinte endereço:
(Selecione a aba “Processos Seletivos – lato sensu”)
O objetivo do curso é capacitar os participantes para atuar na área da Gestão de Trânsito e Transportes Urbanos através do aprendizado de técnicas atuais de planejamento e operação de sistemas de trânsito e transportes, além do desenvolvimento do conhecimento proveniente da troca de suas experiências profissionais e da análise de problemas dos sistemas locais.
Mais informações sobre o curso podem ser acessadas no edital, disponível para download mais abaixo:
Edital de Seleção_EspecializaçãoGTTU_2021_Final